Bianca Alencar, até então backing vocal e dançarina do grupo liderado por Zezé Di Camargo e Luciano, protagonizou um episódio que ganhou repercussão nacional. Durante uma parada da turnê em Floresta, Pernambuco, ela gravou um vídeo em que comparava o almoço servido no local com "lavagem de porcos". Em tom de indignação, declarou: "Paguei e não comi. Não dá! Parecia lavagem".
A publicação, que citava até o tradicional arroz mexido como exemplo da insatisfação, foi posteriormente apagada. Contudo, a repercussão foi imediata, desencadeando críticas severas de internautas, moradores locais e defensores da cultura nordestina.
A profissional, diante da pressão, tentou justificar-se alegando que pretendia retratar "os perrengues das estradas" e mencionou ser descendente de nordestinos. Ainda assim, acabou excluindo suas redes sociais.
Reação pública de Zezé Di Camargo
Zezé Di Camargo se posicionou oficialmente sobre o caso durante apresentação no São João de Serra Talhada, realizada na quarta-feira (25), em Pernambuco. No palco, declarou: "A gente não concorda com o que ela disse, porque eu venho no Nordeste há pelo menos uns 30 anos".
Em seguida, reforçou seu histórico de apresentações na região e valorizou a cultura local. "Serra Talhada é uma metrópole perto da Vila Propício, onde eu fui criado, onde eu praticamente nasci", destacou.
O cantor prosseguiu com um pedido de desculpas. "Ela foi muito infeliz. Eu quero pedir desculpas, em nome de Zezé Di Camargo e Luciano, ao povo nordestino. A gente não concorda com o que ela falou", afirmou diante do público presente.
Demissão confirmada pela assessoria
A assessoria de imprensa da dupla confirmou oficialmente, no domingo (22), que Bianca Alencar havia sido desligada do grupo. A medida foi adotada dois dias após a polêmica vir à tona nas redes sociais. O afastamento foi interpretado como uma tentativa de minimizar os danos à imagem dos artistas e preservar a relação com o público da região.
Reflexão e impactos no cenário artístico
O episódio reabriu discussões relevantes sobre responsabilidade cultural e conduta de artistas e membros de equipes públicas. A fala da ex-dançarina foi amplamente classificada como xenofóbica e desrespeitosa. Assim sendo, especialistas e comentaristas do meio artístico reforçaram a necessidade de empatia, respeito às diferenças regionais e consciência sobre o alcance das redes sociais.
Aliás, a situação evidenciou o impacto direto que declarações consideradas ofensivas podem ter sobre carreiras e relações institucionais. "Profissionais ligados à música e entretenimento precisam estar atentos ao impacto de suas palavras", destacou reportagem do portal O Antagonista.
Continuidade da agenda e valorização do público
Apesar da crise, Zezé Di Camargo manteve a programação de apresentações normalmente. Conforme seus pronunciamentos, reiterou o compromisso de respeito à cultura nordestina e sua admiração pelos costumes regionais. O caso, por conseguinte, serviu como alerta para toda a indústria do entretenimento sobre os riscos associados à conduta pública de seus integrantes.